Mesmo que tenhamos experimentado alguns avanços nos direitos das mulheres nos últimos anos, ainda estamos longe de uma realidade realmente justa para elas nas empresas.
Dados de uma pesquisa realizada em 2019 demonstram que pelo menos três a cada dez pessoas no Brasil ainda não se sentem confortáveis em ser lideradas por uma mulher no trabalho.
O fato curioso nesse dado é que não são apenas homens que possuem esse pensamento.
Neste artigo, falamos um pouco sobre a importância da liderança feminina e como ela contribui com o desenvolvimento das organizações.
Boa leitura!
Neste artigo serão abordados os seguintes temas:
- Por que a liderança feminina é tão importante nas empresas e na sociedade?
- Os diferenciais femininos na liderança
- O que as grandes empresas nos ensinam sobre liderança feminina?
Tempo de leitura: 9 minutos.
Por que a liderança feminina é tão importante nas empresas e na sociedade?
A igualdade de gênero é uma luta diária que vem sendo travada ao longo da história desde o início dos tempos. No circuito empresarial, apesar de existirem muitas mulheres em cargos de destaque em grandes organizações, esse número é significativamente baixo quando comparado ao número de homens nas mesmas posições.
Para promover a igualdade de gênero nas empresas, não basta compreender a necessidade de oferecer as mesmas oportunidades, mas mudar de perspectiva, trabalhando isso diariamente, desde o processo de recrutamento e seleção.
Quando a igualdade de gênero é estabelecida e integrada à cultura organizacional, a empresa naturalmente contribui para uma sociedade mais justa. Isso porque, historicamente, as mulheres enfrentam muito mais julgamentos e obstáculos que os homens para chegarem à uma posição de liderança.
No entanto, as mulheres possuem toda a capacidade técnica e comportamental para lidar com os desafios dos cargos mais altos. As soft skills presentes no perfil de liderança feminino são fundamentais para o contexto atual do mercado, fortemente influenciado pela Transformação Digital, pautas de saúde mental e o futuro do trabalho.
Quando esses comportamentos são colocados em prática, é possível ampliar o engajamento dos colaboradores, fortalecendo a marca e atraindo a atenção dos clientes mais críticos, que valorizam práticas e ações sustentadas pela igualdade de gênero e a inclusão.
Um estudo do Pacto Global em união com a Organização das Nações Unidas (ONU) demonstrou que, no Brasil, apenas 3% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres.
Neste documento, foram elencados 7 fundamentos para mudar essa realidade. São eles:
- Estabelecer liderança corporativa sensível à igualdade de gênero, no mais alto nível;
- Tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não-discriminação;
- Garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e homens que trabalham na empresa;
- Promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para as mulheres;
- Apoiar o empreendedorismo feminino e promover políticas de empoderamento das mulheres através das cadeias de suprimentos e marketing;
- Promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas à comunidade e ao ativismo social;
- Medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção da igualdade de gênero.
A incidência de líderes femininas nas empresas é fundamental para melhorar a distribuição de renda, combater o preconceito, atingir a justiça social e incentivar o desenvolvimento das novas gerações.
Mas para que isso aconteça, é necessário que posturas discriminatórias, falas machistas e ofensivas sejam banidas do mundo corporativo e do contexto geral da sociedade.
Os diferenciais femininos na liderança
Ao contrário dos homens que geralmente possuem um estilo de liderança pautado no controle, as mulheres possuem um estilo de liderança mais democrático, voltado para a cooperação e participação.
Esse estilo envolve mais diálogo e a escuta, fazendo com que os colaboradores se sintam mais acolhidos e valorizados. Além disso, a empatia, intuição, compromisso, zelo e compaixão têm se tornado elementos cada vez mais necessários no local de trabalho, pois ajudam na criação de um ambiente mais harmonioso, produtivo e saudável para todos.
A ampliação da presença feminina em cargos de destaque promove a interação de diferentes visões de mundo, fazendo com que ideias que antes pareciam ser irrelevantes possam ser adaptadas a outros contextos, ganhando novos significados na busca por bons resultados.
Além disso, uma força de trabalho mais diversa tende a adotar abordagens que promovem a otimização de processos. Logo, valorizar a presença feminina promovendo melhores oportunidades de crescimento é um ato social, democrático e estratégico para os negócios.
O que as grandes empresas nos ensinam sobre liderança feminina?
Algumas grandes empresas se tornaram, ao longo dos anos, excelentes exemplos de como aplicar a igualdade de gênero no ambiente de trabalho.
A Coca-Cola, líder mundial no segmento de bebidas, é uma das maiores referências no quesito liderança feminina, e ocupou a primeira posição no ranking do Guia de Mulheres na Liderança, realizado pela revista Exame em 2017.
Percebendo a desigualdade entre os números de mulheres e o de homens em cargos de chefia, iniciou em 2012 um processo de implementação de ações para eliminar os obstáculos que impediam as mulheres de crescer no ambiente interno da companhia.
Processos de recrutamento e seleção mais equilibrados e até mesmo um centro de apoio e cuidado com os filhos e mulheres gestantes fizeram parte dessa iniciativa.
O guia também considerou as ações tomadas pelas 30 empresas mais bem classificadas no ranking e que podem ser tomadas como exemplo. São elas:
– Criação de programas de mentoria, coaching e incentivo à participação de mulheres em cargos dominados por homens, para que haja referências em que as profissionais possam se projetar;
– Criação de um comitê focado em debater a liderança feminina e gerenciar as ações e envolvimento de altos cargos com o tema;
– Adoção de uma política formal de compromisso com a equidade de gênero e diversidade, também, com fornecedores;
– Acompanhamento da presença feminina por cargo e das causas da rotatividade por nível hierárquico;
– Inclusão de mulheres em processos de conscientização, além da criação de um canal de denúncia e combate à discriminação de gênero;
– Incentivo e apoio ao equilíbrio entre vida profissional e pessoal, flexibilizando a jornada de trabalho.
Agora que você já conhece a importância, os diferenciais e as ações possíveis para adicionar mais igualdade de gênero na sua organização, o que acha de começar a colocar esse conhecimento em prática?
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